Quanto à educação no Antigo Testamento, com certeza o Novo Testamento tem suas peculiaridades a serem analisadas, mas de forma alguma perde os princípios de educação que se encontram no Antigo Testamento. E como uma continuação e não anulação do que está registrado antes.
Aconteciam muitas festas judaicas temporariamente, nelas, já encontramos a presença das crianças, com isto nota-se um caráter pedagógico para o desenvolvimento da criança, como vimos em Lucas 2:41, que os pais de Jesus iam “a Jerusalém , para a Festa da Páscoa”. O caráter do ensino por tradições.
Encontramos o ensino no Novo Testamento como proclamação, conclamar uma decisão, mais que expor, transmitir de modo que leve a transformação.
O principal ponto a ser “discutido”, analisado e proclamado era o próprio Jesus Cristo. O Novo Testamento está intimamente relacionado aos ensinos de Jesus e Seus apóstolos, vemos isto claramente de Mateus até João, que são os Evangelhos, e nos demais escritos.
O ensino estava arraigado com o que se diz: mais que ensino, a prática – viver o que se aprende. Além de se ter as instruções gravadas no coração, fazia-se necessário tê-las na prática.
Mais que simples palavras somente, agora os sinais e prodígios possuíam um caráter pedagógico também. Para todos eles haviam um fim especifico, transformar vidas e o ensino. Como encontramos em Marcos 7:31 a 37 sobre a cura de um surdo e gago, Jesus ordenara que nada falassem, mas mesmo assim eles o divulgavam, e, implicitamente, estavam educando a sociedade sobre a “matéria” mais triunfante: Jesus Cristo, o Messias.
O objetivo da revelação neotestamentária não está em abolir a Lei, mas em cumpri-la em todos os seus requisitos, com isso confirmamos que os ensinos vetero-testamentário não seriam invalidados e sim admitidos.
Encontramos agora a presença dos aios na educação. Quem seriam? Eles são os pedagogos daquela época. Eram escravos de confiança aos quais foi atribuída a responsabilidade do ensino das crianças. Seriam responsáveis tanto pela sua segurança quanto a conduzi-las à escola, fazendo assim o seu percurso, da casa para escola e da escola para casa.
Pontos salutares que encontramos nos escritos, lembrando que a literatura foi um ponto categórico para a educação no contexto neotestamentário, como fonte de princípios e ideais para a comunidade cristã. As Escrituras inspiradas pelo próprio Deus para o ensino e correção do seu povo e, entre outros pontos que são de suma importância, temos relatado o batismo e a santa ceia como sacramentos que pelo seu simbolismo dizemos ser um método educacional.
A Santa Ceia é o memorial realizado para que lembremos de Cristo até que Ele volte, “porque, todas as vezes que comerdes este pão ou beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (I Coríntios 11:26), e “fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim” (I Coríntios 11:25), o próprio Cristo Jesus.
Semelhantemente, o Batismo é uma ordem, como diz em Mateus 28:19, “batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, e possui uma natureza educacional, pois o Pacto também é transmitido aos filhos. O Senhor da história é anunciado e recebemos como selo do pacto da graça, a demonstração da união com Cristo e a consagração a Deus. Temos registrado no livro de Atos vários exemplos sobre o batismo, tais como: Atos 8:12; 8:38; 9:18; 16:15 e 33; 18:8 entre outros.
O ensino era realizado também nas sinagogas, onde havia um espaço próprio para a exposição das Escrituras; o apóstolo Paulo utilizou deste “ponto de contato” para anunciar o evangelho aos judeus que ali se reuniam, como por exemplo, em Atos 9:20, onde Paulo prega em Damasco, afirmando que Jesus Cristo era o Filho de Deus, como também em Atos 13:5 e outros.
Vemos também a formação da Igreja, o culto e a fraternidade, pois a Igreja crescia em número (Atos 9:31) e os que eram Igreja do Senhor “perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (Atos 3:42), nisto dizemos que o ensino não estava perdido, mas perseveravam.
O apóstolo Paulo reconhecia a importância da educação, tanto que diz a Timóteo: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (II Timóteo 2:2).
Concluímos que no Novo Testamento o aluno é a logomarca do projeto educacional e Jesus, o Rei dos judeus, era o objetivo da proclamação.
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