Como diferenciar uma escola de uma escola de vida? Jesus sabia bem a diferença das duas. A escola busca a auto-realização, os seus próprios desejos sendo realizados, somente problemas matemáticos ou lingüísticos sendo solucionados, mas a escola de vida é aquela que ajuda a solucionar os problemas da vida, aprende a dialogar e não somente a dizer palavras.
Para entendermos a existência devemos diferenciar o que é “velhice” e maturidade, o que é ter títulos e o que é ter sabedoria, o que é ter sucesso e saber o que é ter prazer no viver.
Cristo tinha como um dos Seus alvos dar aos seus ouvintes a capacidade de pensar, de viver emoções, levá-los a questionamentos. “Nunca alguém considerou tão dignas pessoas tão indignas. Nunca alguém exaltou tanto pessoas tão desprezadas. Nunca alguém incluiu tanto pessoas tão excluídas” (CURY, 1999, p. 125).
A escola de vida é a arte de combinar “a humildade e a tolerância com a ousadia e a determinação” (CURY, 1999, p. 129).
Cristo se preocupava com o interior do homem, visava a sua transformação como um todo, fazendo-o capaz de sociabilizar e ter uma vida madura e, principalmente, ser transformado pelo Seu Espírito.
Jesus era sábio e possuía o título maior, ser o Messias; mas em momento algum Ele usou de usurpação, mas a cada momento Ele surpreendia os seus “alunos” com a demonstração de humildade, de ser servo, e Sua maneira cativante de ser. Jesus jamais foi esquecido.
Ele estava num contexto onde pessoas estavam “preocupadas em comer pão e não em pensar, porém descobriram que não só de pão viverá o homem” (CURY, 1999, p. 133, grifo do autor). Isto demonstra que Cristo não estava preocupado somente em ajuntar admiradores ou quem sabe até simpatizantes de sua missão ou obra, mas Ele demonstrava que queria mais, Ele queria uma mente que estivesse aberta, uma alma que estivesse sedenta para comer “do pão” e “beber da água”.
O mais interessante é que Jesus conseguiu todas essas coisas por mérito dEle mesmo. Vejamos algumas qualidades características do “Supremo Mestre”.
Primeiramente vemos que Ele captava o íntimo dos sentimentos daqueles que o seguiam, não somente o seu exterior, uma doença que precisava ser curada, mas um pecado que precisava ser perdoado, uma alma que precisava ser liberta.
Ele olhava sempre mais longe e via anseios que os olhos humanos não podiam enxergar, atingia a mente e o coração. “A libertação e a transformação de almas eram pontos capitais de sua obra” (PRICE, 1995, p. 113).
Todos os seus atos foram conscientes, Ele sabia quando falar, o que falar e para quem falar e também sabia o que fazer, como agir e quando agir e um exemplo clássico e certo sobre isso encontramos na festa de casamento em Caná da Galiléia, o vinho tinha acabado e Ele diz a Sua mãe: “Ainda não é chegada a minha hora” (João 2:4).
Um dos pontos cruciais para ser uma escola de vida é o amor. Um amor que não está baseado em somente “dar os ombros”, mas um amor capaz de disciplinar, repreender, mas nunca rejeitar.
Não importava qual era a nacionalidade da pessoa, quais eram os seus pecados, mesmo que aos olhos humanos fossem os piores, Cristo nunca desprezou por causa da fé daqueles que o seguiam. Por muitas vezes foi argüido por estar com os publicanos e pecadores, mas a eles, Cristo amou.
Isso nos leva a pensar também sobre a aceitação: era uma multidão que o seguia, e quem estava entre eles? Não podemos descrever ao todo, mas sabemos que variados estilos, pensamentos, ou até os mesmos gostos, mas algo possuíam em comum: estavam em busca do Mestre.
O que Jesus era e o que Ele fazia é que determinava onde Ele estava e não as pessoas em si mesmas. Aceitação não quer dizer aprovação ou dizer: Vai e faça isto mesmo! Não! Cristo amava o pecador, mas horrorizava o pecado.
O Seu modelo de vida era a fonte principal para os Seus ensinamentos, não obstante vemos Paulo confirmando que Ele era seguidor de Cristo e nós devemos sê-lo também, “e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave” (Efésios 5:2).
“O elemento mais importante na qualificação de qualquer professor é justamente aquilo que ele é em si” (PRICE, 1995, p. 9), Jesus sabia quem Ele era, sabia qual era a Sua mensagem, sabia qual era a Sua missão e sabia como agir, Jesus é a própria escola de nossas vidas.
Jesus e Sua escola de vida tinham representatividade tão essencial que “a sociologia, a psicologia e a educação poderiam ter sido mais ricas se tivessem estudado e incorporado os princípios sociológicos e psicossociais da inteligência de Cristo” (CURY, 1999, p. 70).
Bibliografia
CURY, Augusto Jorge. Análise da Inteligência de Cristo: O Mestre dos mestres. 32 ed. São Paulo: Editora Academia de Inteligência, 1999. 227 p.
PRICE, J. M. A Pedagogia de Jesus: O Mestre por excelência. Tradução de Waldemar W. Wey. 9 ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1995. 162 p.
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