Em primeira análise vemos que Sua estratégia era global, um alvo de longo alcance, como dizem os ecologistas: “Pense globalmente e aja localmente”. Entre todas as coisas que aconteceriam uma está por vir ainda, o fim (Mateus 24:14). O pensamento central era a estratégia de um reino, o reino de Deus (Lucas 8:1) e para que isto acontecesse podemos observar como Cristo agiu.
Ele utilizou um estilo penetrante. “Ele fez deles uma sala de aula viva, permitindo que o observassem, enquanto ministrava e curava, ensinando-os, em seguida a fazer o mesmo” (FORD, 1994, p. 87), pequenos e grandes grupos, mas seu ensino ficava gravado, pois eles podiam observar com os próprios olhos os feitos de Jesus. Mais que palavras, ação!
Jesus era deliberado, e ao mesmo tempo, reservado, Ele “advertia severamente que o não expusessem à publicidade” (Marcos 3:12), pois havia um objetivo maior, Ele não queria ser estabelecido como um Rei político ou revolucionário, mas era O Rei dos reis.
Vemos também em Marcos 1:40 – 45 a cura de um leproso a quem Jesus orienta a não mostrar a ninguém, a não ser ao sacerdote, para que servisse de testemunho, mas ele não fez isso. Ao contrário, propagou e divulgou tal notícia “a ponto de não mais poder Jesus entrar publicamente em qualquer cidade, mas permanecia fora, em lugares ermos; e de toda parte vinham ter com ele” (Marcos 1:45). E quando, depois da multiplicação dos pães e dos peixes a multidão, estava para proclamá-lo rei, Jesus “retirou-se novamente, sozinho, para o monte” (João 6:15).
Nisto entendemos que Jesus sabia se expor e também sabia se retirar. Como vimos em João 11:54, que Ele não andava mais entre os judeus publicamente, referindo-se que isto era normal de se acontecer, porque eles planejavam tirar a vida de Jesus, então Ele se retirou e permaneceu somente com os Seus discípulos.
Para Jesus, os “alunos” deviam conhecer qual era o seu propósito e: “Para os professores, Jesus disse: Estes estudantes não são apenas dados na sua ficha de computador, eles são pessoas feitas para conhecerem a Deus e a sua justiça para sempre” (FORD, 1994, p. 108).
Jesus usou métodos diversificados que deram resultados, não estava preso a eles, mas através deles demonstrou como sair do conhecido e ir até ao desconhecido, sair do abstrato e entendê-lo no concreto. Não podemos considerá-lo somente um artista, mas um grande educador.
É difícil encontrá-Lo fazendo as mesmas coisas da mesma maneira, Ele era inteligível e criativo. Usou tanto maneiras formais quanto informais, usou tanto palavras quanto silêncio.
Jesus utilizou perguntas, que confrontavam e levavam os ouvintes a pensar. Se verificarmos os Evangelhos podemos encontrar inúmeras perguntas, umas mais diretas, outras mais discretas, umas que causaram até fortes reações. Quando se aproximou dos cegos e perguntou: “Credes que eu posso fazer isso? Responderam-lhe: Sim, Senhor!” (Mateus 9:28), e os olhos foram descobertos.
Um dos motivos que Jesus usou perguntas é para levar a audiência e a encontrar respostas corretas que Ele mesmo buscava. Jesus também foi cercado de perguntas desafiadoras, mas para todas elas, Cristo tinha uma palavra que levava o desafio para aqueles que perguntaram antes.
Jesus fez uso de parábolas. Ele foi o “Maior Contador de Histórias” de todos os tempos. O Seu ensino neste aspecto era de forma surpreendente, uma vez que fazia com que seus ouvintes não somente escutassem os preceitos ali demonstrados, de uma forma clara, porque Ele usava histórias do cotidiano de fácil entendimento, mas também os fazia refletir sobre o mesmo. O envolvimento acontecia com criatividade e praticidade.
Nas parábolas de Jesus podemos encontrar algumas características, tais como: para aqueles que “estavam de fora” do envolvimento com Jesus serviria para ocultar-lhes o ensino como está escrito em Mateus 11:25 “porque ocultastes estas cousas aos sábios e instruídos” e aos que O seguiam serviam para revelar as Suas mensagens e o Seu querer como vemos em Marcos 4:34, “E sem parábolas não lhes falava; tudo porém, explicava em particular aos seus próprios discípulos”; por fim, Jesus utilizou parábolas para reprovar os Seus ouvintes como na passagem de Lucas 15: 1 – 2, na qual Jesus recebe os pecadores, e os fariseus começaram a murmurar. Então, proferiu Jesus a parábola da ovelha perdida, da dracma perdida, do filho pródigo e do administrador infiel e como conseqüência “os fariseus, que eram avarentos, ouviam tudo isto e o ridicularizavam” (Lucas 16:14).
As Suas verdades eram dissertadas com expressão de exagero, provérbios, contradições, enigmas, confrontos, trocadilhos, citações, símbolos e outros, enfim, Jesus era um educador sem igual, não era preso a somente um método.
Concluindo, Jesus é mais que um exemplo, é nosso alvo maior, e hoje podemos entender que: “Ele foi mestre numa escola em que muitos intelectuais, cientistas, psiquiatras e psicólogos são pequenos aprendizes” (CURY, 1999, p. 139).
CURY, Augusto Jorge. Análise da Inteligência de Cristo: O Mestre dos mestres. 32 ed. São Paulo: Editora Academia de Inteligência, 1999. 227 p.
FORD, Leighton. Jesus: O maior revolucionário. Tradução de Suely de Carvalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Vinde Comunicações, 1994. 188 p.
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